- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Processo Mental do Conhecimento em Geral e do Conhecimento das Palavras

A capacidade nem sempre é garantia de competência,
a evidência não garante a certeza, 
e a certeza não garante a verdade.

Acumular cada vez mais conhecimentos é um quesito fundamental para garantir a conquista e a permanência do sucesso em qualquer atividade. Porém, é necessário ter sempre em mente que o conhecimento nem sempre garante certezas. A forma como o conhecimento se processa e se organiza no cérebro humano raramente lhe permite a condição de certeza, apenas faz com que ele seja provável. Isto acontece porque nem sempre - ou talvez nunca - aprendemos verdadeiramente a realidade, apenas desenvolvemos nossa compreensão individual dela através de nossos canais sensoriais, que são os sentidos da visão, do olfato, do paladar, do tato e da audição. 
É por esses sentidos que tudo que uma pessoa observa passa para o cérebro, mas essa observação se transforma em informações sobre o ambiente em que a pessoa está ou do qual participa. Cada um deles está relacionado a uma área específica do cérebro, e é nesse espaço que são armazenadas as percepções e as lembranças. Quando apreendemos a realidade, nós a simbolizamos por meio de imagens mentais que nos possibilita reconhecê-la e nos comunicarmos com ela.
Isto significa que o conhecimento não é apenas uma relação entre a pessoa e o que a pessoa conhece. Na verdade o conhecimento é um processo muito mais complexo através do qual a pessoa assume o objeto conhecido como se este fosse sua propriedade, criando uma imagem que só ela tem em relação a ele. 
Portanto, o conhecimento se dá de forma específica para cada pessoa. Sendo assim, concluímos que a capacidade não garante a competência, a evidência não garante a certeza, e a certeza não garante a verdade. A capacidade ou capacitação é a condição que uma pessoa tem para realizar atividades, e a competência é a condição que essa mesma pessoa tem para fazer com que essas atividades sejam importantes para conseguir os objetivos necessários. A evidência pode nos levar à certeza, mas não a garante porque a realidade, até que seja comprovada, não é falsa nem verdadeira, os julgamentos que fazemos da realidade é que são falsos ou verdadeiros. Nossa capacidade de julgamento é sempre restrita e nunca é totalmente imparcial. Por isto, nossa certeza é apenas nossa convicção pessoal da realidade com base em nossos próprios princípios.  
A forma como os processos de conhecimento e de aprendizagem se organizam no cérebro para identificarmos objetos e fatos tem sido objeto de estudos para verificar como se processa o reconhecimento dos significados das palavras. Esses estudos são feitos através da neurolinguística - que não é apenas uma ciência, mas um conjunto de técnicas provenientes de outras ciências, entre as quais constam a linguística e a neurobiologia. Seu objetivo principal é buscar o entendimento dos mecanismos cerebrais para a compreensão e formação do conhecimento das palavras escritas, lidas, faladas e ouvidas, seja qual for o idioma. 
A neurolinguística não é dedicada apenas à elaboração e à compreensão da linguagem. Ela é aplicada principalmente para que se possam identificar possíveis distúrbios mentais causadores de alterações na produção de palavras. Aplica-se um processo chamado "programação neurologística" (PNL) que se baseia na crença de que as pessoas pesquisadas visam principalmente o desenvolvimento pessoal e profissional.  A PNL tem como base a ideia de que a mente, o corpo e a linguagem atuam em conjunto para desenvolver o senso de percepção que cada pessoa tem em relação a tudo que ela observa. Ocorre, porém, que podem ser aplicadas várias técnicas, e essa variedade pode, certamente, provocar alterações no senso de percepção. Por isto, na "modelagem" - isto é, na base dessas técnicas - se faz uma cuidadosa reprodução dos comportamentos e crenças de pessoas que obtiveram sucesso. Neste caso, há atualmente uma ampla discussão em relação a um fenômeno chamado "dislexia".  

"Dislexia" é uma palavra proveniente de duas palavras gregas:"dis", que significa "dificuldade", e "lexis", que significa"palavra". É, pois, um problema caracterizado pela dificuldade para pronunciar e/ou escrever algumas palavras. Entretanto, o problema não se restringe apenas ao aprendizado das palavras. Quando o desempenho da criança na escola vai mal, é comum os pais associarem o fato à falta de preparo profissional dos professores e às péssimas condições de ensino - não sem razão, pois não há como negar a gravidade destes problemas no Brasil. Também é comum dizer que isto ocorre apenas porque o aluno é preguiçoso. Porém, o problema pode estar no próprio aluno, não por preguiça, mas por outras razões que os profissionais de educação ou a família da qual ele faz parte não percebem. 
As instituições que se dedicam ao estudo da dislexia e ao atendimento a disléxicos informam oproblema atinge pelo menos 20% das crianças existentes no mundo. Mas veja bem: o problema começa na infância, mas atinge adultos também - já que raramente alguém desconfia que a criança é disléxica, o tratamento, que pode até mesmo curar, não é feito, e assim a deficiência permanece durante a vida.
Os disléxicos têm grande dificuldade em assimilar as palavras. Portanto, há dificuldade não só para escrever, mas também para pronunciar corretamente muitas ou algumas delas. Costumam, por exemplo, trocar "b" por "p" ou "p" por "b", na escrita e na pronúncia. Algumas vezes confundem a direção direita com a esquerda e vice-versa. Na maioria dos casos essas evidências são confundidas com características do déficit de atenção, da hiperatividade, a dispraxia e a disgrafia. Porém, o déficit de atenção e a hiperatividade não têm relação com problemas de desenvolvimento de aprendizagem.

Para saber se seu filho ou qualquer pessoa em sua família é disléxica, você pode fazer alguns testes sugeridos abaixo (sugestão da Wikipedia) quando ele estiver tentando ler:
  • Observe se a criança movimenta os lábios ou murmura as palavras ou sílabas enquanto tenta ler. 
  • Observe se movimenta a cabeça acompanhando a linha que lê, se demonstra tensão excessiva enquanto lê, se acompanha a linha com um dedo, se retrocede a vista muitas vezes durante a leitura.
  • Para observar da melhor maneira possível, coloque um espelho ao lado da página que a criança lê e posicione-se atrás dela. Desta forma você poderá observar melhor, através da imagem refletida no espelho, os movimentos dos olhos da criança.
Lembre-se de que a dislexia não significa falta de inteligência e não impede que os disléxicos sejam bons profissionais. Walt Disney, Aghata Christie, Albert Einstein são alguns dos disléxicos mais famosos e bem sucedidos na vida. Entre os mais conhecidos atualmente estão os atores Tom Cruise e John Travolta. No entanto, para que o disléxico tenha uma vida normal, é preciso que o mal seja tratado, e tanto os profissionais nas escolas como as próprias famílias devem ser especialmente preparados para lidar com o problema. Às vezes, o disléxico apresenta mal comportamento na escola e/ou em casa, mas isto é apenas sua forma de demonstrar indignação ou desapontamento.
A dislexia tem suas origens em problemas neurológicos e/ou genéticos. Na maioria dos casos confirmados no mundo, as famílias das crianças apresentam históricos de problemas provenientes de pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro do disléxico é normal, mas processa informações em áreas diferentes das do cérebro de um não disléxico.  
Felizmente existem formas de tratamento através das quais é possível curar a dislexia. Os procedimentos estimulam a capacidade cerebral para relacionar as letras aos sons que elas representam e às palavras que elas compõem. Os pais devem estar atentos para o fato de que devem procurar profissionais para o tratamento o mais cedo possóvel, mesmo quando estiverem apenas desconfiando da possibilidade da criança ser disléxica, pois quanto mais cedo o problema for tratado, maiores serão as possíbilidades de correção das conexões cerebrais. 

Fontes:
  1. Fundação Brasileira de Dislexia (rua Coronel Dulcídio, 2199, CEP 80.250-100, Curitiba, PR - site: www.dislexia.com.br - e-mail:dislexia@dislexia.com.br )
  2. "Compreendendo a Dislexia", de Sabrina Mazzo d'Affonseca (psicóloga, mestranda em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Catarina)
  3. "Dislexia", de Laura Niki Faria (fonoaudióloga do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães - Belo Horizinte, MG)  

5 comentários:

  1. Elias, sua pesquisa foi muito bem feita e seu ponto de vista sobre neurolinguistica muito bem colocado. Porém quando eu te questionei sobre neurolinguistica no Facebook, estava relacionando esse assunto a força que as palavras tem em nossas ações e em nossa auto estima. Por exemplo; Se eu acordo e digo: - "Hoje não vai ser um bom dia de trabalho para mim". Essa frase vai ser direcionada ao meu cerebro que vai fazer com que eu trabalhe o dia todo com pessimismo e com a idéia que tudo que eu possa fazer de bom não irá adiantar. Por que isso em minha mente irá repetidamente informar que hoje não será um dia bom. Com isso, digo que, a neurolinguistica me ensina como posso fazer para NÃO deixar que minhas palavras influenciam em minha vida de fora negativa. Agora vou dar um exemplo positivo; - Ah! hoje será um grande dia, acordei muito feliz e sinto que estou com sorte! Essa simples frase vai fazer com que eu acredite mais em mim e vai me fazer ainda mais corajosa e otimista nas minhas ações do dia.
    Entendi que quando você mencionou sobre neurolinguistica no texto acima, você teve uma visão holistica sobre o assunto e claro que muito bem explicada. O pouco que entendo sobre a neurolinguistica, é que é um estudo/exercício que nos ajuda a pensar, falar para agirmos com sucesso.

    Um abraço da amiga Flávia Andrade.

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  2. OI, Flávia!
    Penso que o que você diz tem a ver com o que digo no artigo, quando menciono que a certeza nem sempre garante a verdade. Ou seja: se você acha que terá um dia ruim, seu dia parecerá ruim porque seu senso de percepção - isto, sua interpretação pessoal dos fatos - lhe disse isto, quando na verdade você está tendo um dia tão rotineiro como outro qualquer, com coisas boas e ruins acontecendo, mas que talvez nem sejam problemas graves. Seu "dia ruim" é uma interpretação pessoal, mas não necessariamente uma realidade. Creio que seja isto.
    Beijo, amiga!

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  3. Elias,
    quando a Flavia me falou sobre você, estavamos comentando sobre a PNL. Na verdade, eu estava contando a ela que estou fazendo PNL e que na proxima semana faço o 3o e ultimo nivel. Claro que dentro de tema de auto conhecimento e mudanças comportamentais existem ainda vários cursos e treinamentos. A PNL é significa para mim o que eu aprendo e vivencio nos seminarios - veja:
    PROGRAMAÇÃO: estudo e detecção da organização dos códigos da experiência subjetiva que pessoas eficazes e competentes utilizam, consciente ou inconscientemente, para atingir resultados específicos e objetivos desejados.
    NEURO: estuda os sistemas e processos neurológicos (relações mente e corpo) que formam a base dos comportamentos e emoções de sucesso.
    LINGUISTICA: estuda a linguagem verbal e não-verbal dos comportamentos e emoções, e os impactos subjetivos subliminares multi-sensoriais da comunicação e dos significados nos resultados reais da vida.
    Coisa de livro? Sim é exatamente assim que começa nossa apostila do curso no nivel 1 - claro que são definições vagas, mas é a partir daí que vamos entender e trabalhar tudo isto em nós. Seu artigo é excelente, assim como você prório e acho que você deveria fazer urgentemente PNL, pois você já está muito próximo dela e seria de grande proveito para você e para todos que interagem com você.
    Um grande abraçoe vamos trocando idéias pelo face, apesar de eu ser nova e apanhar muito ainda no tal facebook! Sonia Teixeira

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  4. OI, Sônia!
    Obrigado, linda, pela sua participação, pelo seu apoio e pelo seu carinho - também tenho muito por você, pode ter certeza.
    No seu comentário, onde vc diz "NEURO: estuda os sistemas e processos neurológicos (relações mente e corpo) que formam a base dos comportamentos e emoções de sucesso" e "LINGUÍSTICA: estuda a linguagem verbal e não-verbal dos comportamentos e emoções, e os impactos subjetivos subliminares multi-sensoriais da comunicação e dos significados nos resultados reais da vida", parece-me confirmar o que expus no artigo: A neurolinguística não é exatamente uma ciência, mas um conjunto de ciências que se inter-relacionam para buscar a melhor compreensão do possível dos mecanismos mentais do processo de identificação e reconhecimento das palavras e de seus respectivos significados.
    Tudo de bom para vc, Sõnia. É um grande prazer contar com você aqui, no Facebook e no Cruzeiro pela Amizade e pela Paz II.

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  5. Elias, vc tem td razão qdo define a neurolinguistica, o que eu comentei é coisa de apostila msm, bem vago, mas eu estou estudando alguns outros livros sobre esta nossa interação mente-ação-reação-linguistica e estou bem no comecinho, sempre foram assuntos que me interesaram e que eu fui adiando e acabei começando por pura necessidade. Não é mesmo assim que somos? Deixamos sempre p/depois resulta que só fazemos na hr do aperto. Rsrs - Mas estou gostando muito e espero contar com você, seu brilhantismo e seu carinho. Me interessa muito usar mais as capacidades que tenho e deixo dormindo por aí. sônia teixeira

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