- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Religiões: tão diferentes mas tão iguais!

Acima, figura representando Odin, o deus supremo da religião dos Vikings. 
Abaixo, um detalhe do "Juizo Final", afresco de Michelangelo, na Capela Cistina, no Vaticano.
Repare que a barba branca aparece como elemento comum em Odin e na figura humana que representa Deus no "Juízo Final".
"Clique" sobre as figuras para obter melhor visualização.















Segundo o teólogo italiano Luigi Moraldi, autor do livro "Evangelhos Apócrifos", a palavra "religião" provem da palavra latina "religare", que originou o verbo "religar". Dentro do ponto de vista propriamente religioso, essa religação representa a busca de uma nova conciliação com o divino, o sobrenatural, os espíritos, etc., segundo cada fé.  Isto porque, em todas as religiões, há uma espécie de consenso de que, em algum momento após a criação, os humanos perderam seu vínculo com o Criador, os deuses ou os espíritos. Desta forma os cultos religiosos têm a função de tentar resgatar essa ligação.
No entanto, este é apenas um dos muitos aspectos que as religiões têm em comum. Em todos os estudos sobre religiões dos quais tomei conhecimento, nota-se que todas visam o restabelecimento entre os humanos e os imortais como forma de buscar explicações para, entre outras coisas, a origem da própria vida e de tudo que existe no universo e para as razões da nossa existência. Todas essas manifestações são baseadas também numa mesma promessa, de que a humanidade deve se preparar para o grande dia - que os cristãos chamam de "Dia do Juízo Final" - que não será exatamente o do fim do mundo, mas o do recomeço de um mundo renovado, melhor do que o atual, no qual somente os merecedores viverão.

O "Deus único" e as religiões politeístas

O catolicismo não é uma religião. É apenas um segmento da religião com maior número de adeptos no mundo: o cristianismo, do qual também fazem parte as denominações cristãs não católicas, conhecidas como "protestantes": os batistas, as testemunhas de Jeová, a Assembléia de Deus, etc., e todas as outras correntes cristãs que no Brasil se autodefinem como "evangélicas", fazendo-nos crer que afirmam que os católicos não são evangélicos. São igrejas chamadas "protestantes" porque protestam contra as determinações provenientes do Vaticano, o "quartel general" mundial da Igreja Católica. 
Há muitas semelhanças entre o catolicismo e as antigas religiões romanas e gregas praticadas muito antes do nascimento de Jesus. Júpiter, o principal deus dos romanos, era adorado como o todo poderoso, mas contava com a atuação de vários deuses e deusas que tinham as funções de interventores em prol dos humanos perante ele. Na antiga Grécia, Zeus era uma versão de Júpiter. Era o deus supremo, mas também contava com o apoio de vários deuses e deusas que atuavam como interventores da humanidade. 
De acordo coma mitologia grega, os deuses maus estavam sempre tentando assumir o lugar de Zeus para governar o universo. Na mitologia romana, Júpiter também enfrentava o mesmo problema. A Bíblia nos conta que Lúcifer ou Satanás foi condenado ao inferno porque queria assumir o lugar de Deus e reinar como ele. As mitologias grega e romana dizem que os deuses do mal se organizaram sob a liderança dos principais entre eles para combater as forças do bem e destronar Zeus e Júpiter. Muitos cristãos acreditam que Satanás governa um grupo de demônios, chamado "legião", que também visam tomar o lugar de Deus como senhor do Universo. 
Entre os católicos, há a fé em santos e santas. Estas, em sua maioria, são pessoas que viveram há muitos séculos e foram canonizadas através de determinações do Vaticano, com base em supostas realizações de milagres ou simplesmente por terem dedicado suas vidas ao bem da humanidade segundo os princípios estabelecidos pela Igreja. Segundo a fé católica, os santos e as santas têm as funções de interventores por nós perante Deus, tal como os deuses e deusas romanos e gregos representavam a humanidade perante Júpiter e Zeus.
Diferentemente dos deuses de outras religiões, o Deus dos cristãos não tem um nome. Em determinadas partes da Bíblia, ele é reverenciado como "Jeová" ou "Javé", mas as duas palavras são apenas derivações em português do impronunciável termo hebraico "Yhavhev", que significa "Inominado", ou seja, "aquele que não tem nome". 

Hércules e Jesus

Em todas as religiões há vários semideuses (filhos de um deus ou uma deusa e de uma mulher ou um homem mortal) ou pelo menos um. Entre os semideuses mais famosos das mitologias antigas, destaca-se Hércules, o famoso herói da mitologia grega tantas vezes representado no cinema e em seriados da televisão. Há muitas semelhanças entre as histórias sobre Hércules e Jesus.
Segundo a mitologia grega, Hércules era filho de Zeus, o deus principal, e nasceu de uma mulher virgem, Alcmena. A Bíblia conta que Jesus veio como filho de Deus e foi concebido por Maria, também uma virgem. 
Conta a lenda que Hércules veio ao mundo como o ser prometido por uma antiga profecia, com a função de ajudar a humanidade a vencer o mal. Os Evangelhos informam que Jesus também veio como o "Messias" prometido por Deus através de uma antiga profecia, e que seu objetivo seria salvar a humanidade igualmente contra o mal. As diferenças entre os dois era a de que Hércules combatia seus inimigos usando sua força sobrehumana, e Jesus pregava a não violência e usava como armas palavras de sabedoria, de paz e de perdão até mesmo aos piores inimigos. 
Porém, a incrível força de Hércules, descrito como o "homem mais forte do mundo", também tem similaridades na Bíblia. No Velho Testamento, Sansão surge como um herói tão forte quanto Hércules,  e que teria recebido sua força como um presente de Deus e a usava para se defender de seus agressores. Como Hércules na narrativa grega, também Sansão usava a força física contra aqueles que perseguiam os indefesos. 
   
A barba branca

Entre várias culturas antigas e modernas do mundo, a barba branca surge como um elemento simbólico que representa o merecimento do mais profundo respeito e o acúmulo de imensa sabedoria. Talvez isto ocorra porque a barba branca nos faz lembrar homens idosos que acumularam muitas experiências ao longo da vida. 
Zeus e Júpiter aparecem em muitas ilustrações com a barba branca. O mesmo ocorre com as imagens representando Odin, o deus supremo dos vikings e de outros povos que habitaram no passado o norte da Europa (ver figura acima).
O cristianismo não adota imagens de Deus, embora os católicos adotem imagens de santos e santas. No entanto, vez por outra Deus aparece representado na figura de um homem idoso, com barba branca, tal como no "Juízo Final", obra de arte de Michelangelo na Capela Cistina, no Vaticano (ver figura acima). 
Isto também nos faz lembrar um dos mais importantes símbolos da principal festa cristã anual, o Natal. O Papai Noel, figura simbólica tradicional do "Bom Velhinho" que traz presentes especialmente para as crianças, tem uma longa barba branca. 

Fontes: 
  • "Evangelhos Apócrifos" - Luigi Moraldi - Edições Paulinas - SP (Brasil)
  • "The World's Religions" - vários autores - Lion Handbooks - New York (NY) - Estados Unidos







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