- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Leonardo Da Vinci - O líder que sobreviveu à perseguição da Igreja.

"A Última Ceia" - uma das mais famosas obras de Leonardo Da Vinci. Segundo alguns estudiosos, o personagem que eu aqui coloquei em destaque, à direita de Jesus, é Maria Madalana. Não sei se a intenção de Leonardo foi retratá-la neste quadro, mas não dá para negar que realmente parece ser uma mulher. Clicando sobre o quadro, você o vê em tamanho maior e com mais nitidez.


O sucesso do livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown 
- que é apenas uma ficção de aventura - 
fez surgirem vários outros livros, muitos artigos e reportagens, 
a maioria meramente sensacionalista. 
Mas também fez crescer entre seus leitores, 
especialmente os mais jovens, 
o interesse em saber mais sobre Leonardo Da Vinci.
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O Renascimento

"Renascimento" - ou "Renascença" - é o nome que se dá ao período entre a segunda metade do século XII e meados do século XIV. O termo se refere ao resurgimento do interesse pela cultura na Europa da Idade Média. Tratava-se de um avanço cultural que demorou mais de 10 anos para reiniciar. Essa estagnação de mais de uma década foi devida principalmente às determinações da Igreja Católica, que dominava toda a Europa sob o ponto de vista religioso, social e, acima de tudo, político, aplicando um rigoroso remime de ditadura. Com receio de perder todo esse poder e esse prestígio social, os líderes da Igreja impediam, de todas as formas possíveis, que o povo obtivesse acesso à cultura e ao conhecimento de certas verdades (ver "Galileu Galilei - a história de um gênio injustamente perseguido pela Igreja Católica" e "Tudo pela verdade, somente a verdade", neste site).
A partir do século XII, artistas e cientistas começaram a se opor a essa situação, dando início a movimentos que começaram na Itália e logo se expandiram por todos os países europeus. A igreja, então, passou a adotar uma rigidez sem precedentes no combate a essas manifestações. A princípio tentou impor medo entre os "fiéis", afirmando que qualquer tentativa de contradição às determinações da Igreja seria uma "herezia". O clero católico informava que qualquer pessoa que ousasse realizar pesquisas científicas ou desse ouvidos aos cientistas e aos artistas seria enviada por Deus ao inferno. Depois, percebendo que esta estratégia não era suficiente para desencorajar os cientistas, a Igreja criou a "Santa Inquisição", um tribunal formado por bispos nomeados pelo Vaticano para condenar à morte pela fogueira em praça pública qualquer pessoa de qualquer idade ou sexo que se atrevesse a anunciar novas descobertas. Muitos foram os grandes sábios - cientistas e artistas - da época que morreram desta forma. Mulheres eram acusadas de bruxarias pelos padres e queimadas vivas. Essas pessoas na verdade não cometeram crime algum: apenas queriam que o povo tivesse acesso à cultura, e isto era exatamente o que os líderes da Igreja Católica não desejavam(*).
Entre entre os perseguidos pela Igreja, existiu um que se tornou talvez o mais famoso de todos. Ele só escapou da morte na fogueira porque gozava de grande prestígio entre os que o conheciam, inclusive governantes, e causar descontetamento entre essas pessoas não seria interessante para o clero. 

O nascimento de Leonardo

Não se sabe com certeza como era seu nome completo. Sabe-se que seu primeiro nome era Leonardo, e que ele nasceu em Vinci, uma pequena aldeia perto de Florença, na Itália. Por isto, tonou-se conhecido pelo nome que ele usava ao assinar suas obras : "Leonardo Da Vinci" (em português, "Leonardo de Vinci"). Nascido em 1452, Leonardo viveu sua infância e sua juventude exatamente no período de maior evolução das buscas pelas verdades científicas e do desenvovimento das artes.
Surgiu por esta ocasião o "Humanismo", um movimento que colocava o homem como o centro dos interesses. Isto aumentava a preocupação e causava uma reação ainda mais intensa da Igreja. Afinal o povo, antes acostumado a se preocupar com a futura "vida eterna", começou a dar maior valor à existência terrena, ao seu dia a dia, a conhecer o que acontecia no próprio mundo em que vivia.
A aprendizagem do artista e o exílio

Leonardo iniciou sua aprendizagem como artista no estúdio de Andrea Del Verocchio(**). Aos 25 anos de idade, já era reconhecido como um dos melhores pintores de seu tempo, e foi convidado para fazer parte do grupo de artistas que trabalhavam para Lourenço de Medici, um governante de Florença que incentivava as artes. Depois, trabalhou para Ludovico Aforzo, o Duque de Milão, que se tornou um de seus mais importantes protetores. Por esta ocasião Leonardo já se destacava também em outras atividades, e serviu como estrategista para César Borja. Em seguida, por encomenda do papa Leão X, realizou importantes estudos de ótica.
Apesar de ter trabalhado para o papa, a Igreja passou a observá-lo mais intensamente. É claro que isto não ocorria sem motivo: Leonardo já dominava vários setores do conhecimento: arquitetura, anatomia, astronomia, química, etc. Portanto, era alvo de grande atenção da Igreja. Conta-se que, certo dia, um grupo de homens enviados pela Igreja invadiu sua casa em Florença, destruiu tudo que ele possuía, queimou vários de seus principais projetos. Por fim, por determinação da Igreja, Leonardo foi exilado - afinal, queimá-lo na foqueira em praça pública não seria interessante para o clero, já que ele gozava de tanto prestígio que seus amigos o chamavam de "Mestre Leonardo". 
Entretanto, foi fora de seu país que ele teve a oportunidade de conhecer outros grandes sábios, e se tornou o membro mais importante do movimento contra o domínio da Igreja em toda a Europa. Entre seus projetos, constava a urbanização de cidades como Florença, protótipos de um avião, de um helicóptero, de um pára-quedas, armamentos, estudos do corpo humano, etc.
Entre suas pinturas mais famosas, destacam-se a "Mona Lisa" ou "La Gioconda", a "Santa Ceia" e várias outras, nas quais muitos autores informam que existem evidentes sinais de uma mensagem oculta. É a esta mensagem à qual Dan Brown se refere como "o Código Da Vinci". Um desses sinais é o mais conhecido de todos: o misterioso sorriso da "Mona Lisa", que ao mesmo tempo parece estar e não estar sorrindo. Outro sinal: visto de um certo ângulo, o rosto de "Mona Lisa" parece ser de um homem. Outro é o fato de um dos apóstolos, no quadro "Santa Ceia", parecer ser uma mulher - supostamente Maria Madalena.

A Igreja mantém a perseguição

Mesmo fora da Itália, Leonardo não teve sossego. A Igreja o perseguia por toda parte, mas ele continuava em sua missão de, juntamente com outros sábios, auxiliar o povo a ter o acesso ao conhecimento da verdade e da cultura. Chegou a participar de grupos que se reuniam em locais secretos para realizar suas experiências científicas. Porém, devido a isto, há um excesso de ficção e de imaginação de certos "pesquisadores". Este, porém, não é o caso em "O Código Da Vinci", pois Dan Brown se baseou em hipóteses de outras pessoas para montar a história vivida pelo seu personagem, o professor Robert Langdon.
Alguns autores dizem, por exemplo, que Leonardo foi um dos fundadores da "Accademia Del Cimento" (ver "Tudo pela verdade, somente a verdade"). No entanto, isto não pode ser verdade porque a "Accademia" foi fundada em Florença, com os mesmos propósitos de Da Vinci, mas em 1657 - ou seja, 92 anos após sua morte.  Além disso, os fundamentos básicos que levaram à fundação da "Accademia" foram as descobertas realizadas por Galileu Galilei, que nasceu em 1564 - seis anos depois que Leonardo morreu. A relação entre Leonardo e a "Accademia" se deu pelo fato de que os estudos de Galileu tiveram uma grande influência dos anteriormente realizados pelo "Mestre Leonardo". Há, no entanto, um documento oficial que comprova que ele foi membro do "Priorado de Sião", uma sociedade secreta relacionada com certos mistérios sobre a vida e a suposta descendência de Jesus. Esse documento se encontra na Biblioteca de Paris. 
De qualquer forma, resta a certeza de que Leonardo manteve sua obstinação em apoiar qualquer movimento em prol da cultura para o povo. Ele passou seus últimos anos na França, onde morreu aos 67 anos de idade, em 1559.
(*) Hoje em dia as atitudes da Igreja não são tão diferentes. Ninguém mais é condenado à morte na fogueira, mas o fato de a Igreja ter tentando convencer as pessoas a não lerem o livro "O Código Da Vinci" e a não assistirem ao filme comprova que os líderes religiosos ainda tentam impedir o acesso das pessoas às informações - embora o livro seja apenas uma história de aventuras, não uma história verdadeira.
(**) Observando-se os quadros de Del Verocchio e os de Leonardo Da Vinci nas fotografias que são publicadas em livros e revistas sobre arte, percebe-se que há algumas semelhanças entre eles, o que comprova a influência de Andrea Del Verocchio sobre Leonardo Da Vinci sem diminuir o valor individual deste como artista.
Referências:
  • "O Código Da Vinci", de Dan Brown - Editora Sextante Ltda. - Rio de Janeiro, RJ.
  • Enciclopédia Conhecer - Vol. II - Editora Abril Cultural - São Paulo, SP.

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