- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sala de aula com mais de 30 alunos - isto não pode dar certo!

Entre tantos outros problemas que já existem há muitos anos no sistema educacional brasileiro, existe mais um que não tem sido mencionado pela mídia, mas é grave: o excesso de alunos numa mesma turma. Seja em escolas de ensinos fundamental e médio, seja nos estabelecimentos de ensino superior, é comum vermos salas de aulas com 30 ou mais alunos. É claro que isto é bastante improdutivo, e não apenas porque os estudantes conversam muito, se distraem durante as aulas, etc., mas principalmente por causa da condição natural de aprendizagem de cada um.
A maior parte do que existe à nossa volta está invisível aos nossos olhos, é inacessível ao nosso senso de percepção. Quando descobrimos algo, ficamos surpresos e, não raramente, estarrecidos, assustados, chocados. Mesmo assim, a descoberta  aguça a nossa curiosidade, muitas vezes equivocadamente confundida com a inquietação. A curiosidade nos leva à busca de respostas. Isto nos faz descobrir que não é apenas a maior parte do que existe à nossa volta que parece ter ficado imperceptível durante tanto tempo, mas também a maior parte do que está dentro de nós mesmos. 
Quando descobrimos isto, sobressai-nos o desejo de interpretar e dominar o real. Gera-se, assim, o que chamamos de "conhecimento". 
A curiosidade e a inquietação não são a mesma coisa, mas uma está intimamente relacionada à outra. A inquietação gera uma fonte de conhecimentos cujo objetivo principal é a realidade. Os conhecimentos voltam à realidade para torná-la mais hospitaleira, mais fácil de ser aceita, mais adequada às nossas necessidades. No entanto, quanto mais dominamos a realidade e a transformamos, geramos outras necessidades para nós mesmos. 
É desse círculo vicioso incessante que a ciência emerge como fruto de nossa inquietação, possibilitando a produção de conhecimentos. Entretanto, depois de obter a apreensão da realidade, cada pessoa cria para ela símbolos individuais através de imagens mentais que lhe possibilitam reconhecê-la e descrevê-la. A partir de então, o indivíduo descobre que sua capacidade de conhecer vai muito mais além da relação entre ele mesmo como o sujeito que conhece e o objeto ou fato conhecido. O processo de aprendizagem de cada pessoa é algo muito mais complexo e mais amplo, através do qual a pessoa se apropria do objeto ou fato conhecido e cria, a partir dele, uma imagem particular que só a própria pessoa que o conheceu pode desenvolver. Isto, ao meu ver, já é razão de sobra para percebermos que a aprendizagem de 30 ou mais alunos durante uma mesma aula só torna muito prejudicada. 

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