- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Aconteceu numa noite de Natal!

Vocês acham que o cinema exagera
nas cenas de ataques de insetos 
em filmes como "Abelhas Assassinas"
e outros do gênero?
Depois da experiência que eu vivi
dentro de uma nuvem de gafanhotos,
acho que aquelas cenas podem acontecer, sim.

Isto ocorreu há alguns anos. Minha irmã e meu cunhado moravam em Campos (RJ) e estavam se mudando para Cariacica (ES). O dia era 24 de dezembro, e eles pretendiam que tudo estivesse pronto na nova casa ainda a tempo de toda a família reunida comemorar com a tradicional Ceia de Natal. Naquele dia eu fui para Campos com a finalidade de ajudá-los. Viajei num caminhão dirigido por meu tio, emprestado por um primo do meu cunhado. 
A viagem de ida a Campos foi mais longa do que imaginávamos, pois o caminhão tinha muitos problemas, inclusive relacionados à bateria do veículo. Fomos obrigados a parar várias vezes no trajeto. Chegamos em Campos por volta das 14 horas. Meu tio, meu cunhado, minha irmã e eu fizemos todo o possível para colocar todos os móveis restantes (os demais já haviam sido trazidos antes) sobre o caminhão a tempo de ainda chegarmos para a ceia. 
Saímos de Campos ao final da tarde. Novamente os mesmos problemas da ida: várias paradas por causa dos problemas na bateria. Porém, meu tio sempre conseguia da um jeito - um jeito apenas paliativo, pois mais alguns quilômetros adiante acontecia de novo. Mas este não foi o único problema naquela noite.
Por volta das 20 horas, atravessamos a divisa já penetrando no Estado do Espírito Santo quando começou a chover. Naquele momento, algo furou um dos pneus. Não tínhamos preocupações com os móveis, pois estavam bem protegidos por uma lona. Nossa preocupação era com nossos familiares que nos aguardavam em casa. A viagem não deveria ser tão longa, e por certo eles estariam preocupados conosco - e estavam mesmo. Por isto, apesar da chuva, meu tio e eu saímos do caminhão para trocar os pneus. Durante a troca, meu sofreu um ferimento numa das mãos por causa da ponta de um prego. Com um lenço, improvisei um "curativo" para estancar o sangue. Mesmo coma chuva e a mão ferida, ele continuou a troca, e eu ali a ajudá-lo. 
Terminado o trabalho, voltamos para a boléia, onde meu cunhado e minha irmã nos aguardavam, e seguimos em nossa viagem a Cariacica. Já não estava mais chovendo quando nos aproximávamos de Rio Novo do Sul. Naquele momento, fomos surpreendidos que a princípio pensamos tratar-se de uma neblina muito forte. Apesar dos faróis estarem funcionando normalmente, nenhum de nós conseguia enxergar a estrada, nem qualquer coisa que estivesse à frente ou aos lados do caminhão. 
Aos poucos, a "neblina" foi engrossando cada vez mais. Alguns "objetos" batiam fortemente contra o pára brisa. Foi quando nos demos conta de que estávamos sendo atacados por uma nuvem de gafanhotos. Eram milhares. O pára brisa ficou totalmente pelos insetos que se chocavam contra ele, talvez atraídos pelas luzes dos faróis. 
Era uma situação assustadora. Fomos obrigados a manter o caminhão parado na estrada, porque naquelas condições era impossível prosseguir e, como não enxergávamos a estrada, estava difícil saber se não sofreríamos um grave acidente se meu tio tentasse colocar o veículo no acostamento - se não víamos a estrada, como veríamos o acostamento?
Mesmo com o caminhão parado, os gafanhotos continuaram atacando. O barulho que faziam - milhares de gafanhotos voando e se atirando contra o caminhão como "Kamicases") era ensurdecedor. O medo tomava conta de todos nós, que não sabíamos o que fazer e muito menos o que ainda estava por acontecer. Permanecemos nessa situação por aproximadamente 40 minutos, até que, finalmente, os gafanhotos que sobreviveram seguiram seu rumo, deixando-nos em paz. 
Para vocês terem uma ideia da situação, basta dizer que os gafanhotos "conseguiram" estragar os limpadores do pára brisas. Quando tudo voltou ao normal, nós quatro descemos da boléia para tentar limpar o pára brisa com panos e outras coisas que tínhamos à disposição. Não ficou muito limpo, mas já dava para ver a estrada e o que estivesse à frente graças aos faróis, que ainda estavam funcionando normalmente. 
Quando entramos na boléia para prosseguir a viagem, percebemos que toda a parte da estrada até onde era possível enxergá-la estava repleta de gafanhotos - mortos, evidentemente. 
Depois do susto que passamos, a viagem prosseguiu sem novidades. Já em casa com  meus demais familiares, contamos o que nos ocorreu, a mão ferida recebeu melhores cuidados, tomamos banhos, etc. e tal, e finalmente... pudemos ter a felicidade de termos mais uma abençoada Ceia de Natal com toda a família reunida.
Sempre que chega esta época do ano, me lembro desse fato. 
Feliz Natal para todos.


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