- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Islamismo, Muçulmanos e Fundamentalismo




Tenho lido muitas obras sobre religiões, de vários autores, muitos deles sendo teólogos e seguidores das próprias religiões às quais eles se referem em seus respectivos livros. Com isto tenho aprendido que, segundo os especialistas em estudos de religiões, há diferenças entre os significados das palavras "islâmico" e "muçulmano", embora frequentemente elas sejam interpretadas e usadas como se fossem sinônimas.
Como se ouve falar muito em "islamismo fundamentalista", costuma-se cometer o erro de interpretar a palavra "fundamentalismo" como se, sob o ponto de vista religioso, existisse apenas o fundamentalismo islâmico. As pessoas que assim pensam parecem não perceber que, se assim fosse, a expressão "fundamentalismo islâmico" seria uma redundância: bastaria dizermos apenas "fundamentalismo".
O fundamentalismo pode ser religioso, científico, social, etc. É um conjunto de atitudes de uma pessoa ou de um grupo de pessoas para manter leis, tradições e costumes antigos. Os fundamentalistas são radicalmente contra qualquer tipo de mudanças modernas, sejam estas de cunho político, religioso ou qualquer outro. O termo "fundamentalismo" é confundido como algo estritamente religioso porque desde o início do século passado tem sido principalmente para descrever crenças e hábitos especificamente religiosos. Ainda assim, atualmente é mais utilizado como referência ao islamismo. Na verdade, originou-se nos Estados Unidos na primeira década do século XX, quando representantes das igrejas cristãs protestantes (não católicas, no Brasil chamadas de "evangélicas") elaboraram uma lista de demonstrações de fé anti-católica. Desde então, passou a ser chamado de "fundamentalismo", mas de forma pejorativa, qualquer grupo de pessoas seguidoras de qualquer religião, classe social, etc. No sentido correto, fundamentalista é qualquer pessoa que acredita em dogmas e os defende como verdades indiscutíveis, absolutas, sem aceitar diálogos. 

No islamismo, o fundamentalismo (em árabe, "jamaat") se baseia principalmente na preservação de enclaves religiosos com características de grupos religiosos fechados. No entanto, recentemente alguns desses grupos abriram concessões e se uniram ao Jihad em suas lutas contra a cultura do mundo ocidental por acreditarem que esta pode influencia contra a submissão ao modo de vida estabelecido segundo as leis contidas no Alcorão (em árabe, "Qur'am"), o livro sagrado islâmico. "Islamismo" é uma palavra proveniente de "Islam", uma palavra árabe que significa "submissão". Em termos religiosos, é submissão às determinações de Alá (em árabe, "Allah", palavra que significa "Deus"). No mundo ocidental - ou seja, entre nós - a palavra "Jihad" tem sido equivocadamente interpretada como "guerra santa", mas na verdade significa esforço. Num sentido mais amplo, e também mais radical, esforço em defesa dos desígnios de Alá a qualquer preço.


Diferenças Entre Islâmicos e Muçulmanos

Nem todo islâmico é muçulmano. Os islâmicos acreditam que os ensinamentos contidos no Alcorão são a verdadeira revelação da palavra de Deus a Maomé, a quem consideram como o principal profeta e fundador do islamismo, através do anjo Gabriel. "Islam" é uma palavra árabe que representa, numa forma verbal infinitiva, "submissão". Num sentido profundamente religioso para os islâmicos, significa a submissão à vontade de Deus. "Muçulmano" é um termo que vem da palavra árabe "muslim", que significa "submisso", mas nem todos os islâmicos interpretam essa submissão da mesma forma que alguns muçulmanos. Os islâmicos solicialistas, por exemplo, defendem uma junção dos ensinamentos do Alcorão com os princípios do socialismo. Assim, todos os muçulmanos são islâmicos, mas nem todos os islâmicos são muçulmanos. 
Os islâmicos se dividem basicamente em dois grupos: os Suni e os Shi'a. Suas origens se baseiam na resposta a uma questão que busca desvendar a primeira geração de muçulmanos: Como Maomé (em árabe, "Muhammad"), o "Selo dos Profetas", assumiu a condição de líder da comunidade muçulmana? Seja qual for a resposta, a pergunta já encerra em si a certeza de que o fundador do islamismo era um muçulmano - portanto, antes do islamismo existir, já havia muçulmanos. Os islâmicos não muçulmanos veem esta pergunta apenas sob o ponto de vista religioso, mas os muçulmanos a vêm com conotações religiosas e políticas.
No livro "The World's Religions" (veja a relação abaixo do artigo, em "Fontes"), há um apêndice com os significados de termos religiosos, no qual se encontram as seguintes explicações:

  • Islamismo - Conjunto de ensinamentos provenientes do Alcorão (o livro sagrado dos islâmicos) como revelações ao profeta Maomé.(*)
  • Muçulmano - Esta é a tradução em português da palavra "muslim", assim utilizada também em inglês, mas proveniente do idioma árabe, e que significa "submisso". Para os próprios muçulmanos, em sentido religioso, "aquele que se submete à vontade de Deus". 

(*) Segundo a tradição islâmica, essas revelações vieram de Deus através do anjo Gabriel. 



Fontes:

  • "The Study of Religion" ("O Estudo da Religião"), de Douglas Davis - em "The World's Religions" ("Religiões do Mundo"), de vários autores - Editora: Lion Handbook (Reino Unido e Estados Unidos)
  • "O Mundo Árabe" - Enciclopédia Conhecer - Editora Abril.




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