- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É realmente loucura?

Aconteceu neste sete de setembro. Eu passsava por uma rua em Vila Velha (ES) quando surgiu numa calçada um senhor, de aparência idosa, cantando, sorrindo, às vezes rindo, dizendo bom dia às pessoas que por ele passavam. Poucas lhe correspondiam, muitas riam e, como era de se esperar, havia as que faziam comentários do tipo "Meu Deus, o que é a loucura!".
Comecei a me perguntar, mentalmente: "Por que, diante de uma cena como esta,  nunca faltam pessoas que imediatamente afirmam de forma imperiosa que  se trata da comprovação de uma debilidade mental ou mesmo loucura?" Talvez fosse loucura, mas teria que necessariamente ser? Não poderia ser simplesmente a forma que aquele senhor encontrou para expressar publicamente uma imensa alegria por algo muito bom que ignoramos que lhe tenha ocorrido?
Em situações assim, lembro-me de uma história contada por Platão, o famoso filósofo da antiga Grécia: 
Havia uma cidade onde existia um manicômio. Neste, havia apenas uma pessoa internada. Essa pessoa era mentalmente normal, e todo o restante da população da cidade era constituído por loucos. Ou seja, os loucos, que obviamente  se consideravam normais, achavam que a única pessoa realmente normal era louca,  pois seu comportamento e suas atitudes eram diferentes dos da maioria da sociedade local. 
Às vezes, parece-me, consideramos como "louco" alguém que faz expontaneamente algo que talvez nós mesmos quiséssemos fazer, mas somos impedidos pelo medo de nos expormos de forma "ridícula" - mas na verdade apenas de maneira  "diferente" do que consideramos como "comum" ou "normal". O fato é que, louco ou não, aquele senhor me parecia feliz. Assim, o que me parece apenas uma demonstração de felicidade alheia quase sempre nos surge como um sinal de loucura simplesmente porque nós mesmos nem sempre temos coragem de compartilhar publicamente nossas alegrias daquela forma. Eu mesmo não teria tal coragem, por temer ser interpretado como "louco".  

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