- PROGRAMA "DIÁLOGO ABERTO" -
Entrevistas sobre temas sempre importantes.
De segunda a sexta-feira, das 11 às 12 hs.
Produção: Terezinha Jovita
Apresentação: Regina Trindade
Ouça aqui: http://www.rtv.es.gov.br/web/player_radio.htm

domingo, 21 de abril de 2013

Como definir a verdade?


Frequentemente a verdade é simbolizada
por uma luz branca.

Nem sempre a verdade 
é o contrário da mentira.
Afinal, a palavra "mentira" tem apenas um significado:
o ato de ser relatado como real 
um fato que não ocorreu ou não ocorre. 
Mas a palavra "verdade" tem vários.



A palavra verdade pode ter vários significados. Ela pode estar de acordo com os fatos ou a realidade ou ser apenas uma questão de ponto de vista, crença, confiança ou opinião. Assim, em muitas situações interpretamos  como "verdade" não necessariamente o que é real, mas o que é real segundo nossos julgamentos pessoais e nossos padrões de valores. Desta forma, muitas coisas vistas como verdades para algumas pessoas está no campo da ficção e do imaginário para outras. Por isto, as várias interpretações do que é e do que não é  verdade são temas centrais  de estudos em antropologia, artes, filosofia e todas as ciências às quais estão relacionados estudos da razão
Os vários conceitos evidenciam uma falta de consenso. Nietzsche, por exemplo, dizia que não se pode definir a verdade porque não se pode ter uma certeza sobre a definição do oposto da mentira. No entanto, René Descartes afirmava que a certeza é o critério da verdade. De qualquer forma, os dois filósofos demonstravam acreditar que quem concorda sinceramente com uma frase está alegando que ela é verdadeira. Isto realmente acontece, mas aí a verdade se evidencia como uma opinião, não como um fato.  Por esta razão a filosofia estuda a verdade de diversas maneiras. Enquanto os metafísicos analisam a natureza da verdade, os que a avaliam através da lógica se buscam preservar  a verdade - ou, pelo menos, o que eles entendem como "verdade". Enquanto isto, os estudiosos que utilizam a epistemologia buscam por meio dela o conhecimento da verdade.
O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é verdadeira ou falsa tentando identificar o portador o portador da verdade e o que o torna verdadeiro ou falso. Algumas teorias mostram a verdade como uma propriedade. Outras a mostram apenas como um instrumento conveniente da nossa linguagem. Essas teorias são baseadas nas formas como nos referimos à verdade em linguagem formal e informal.
O modo como percebemos a existência de uma estrela é diferente do modo como sabemos que um livro está sobre uma mesa. A luz que vem da estrela leva anos para chegar até nós, de modo que quando a vemos, ela não está mais naquele mesmo local. Portanto, o que vemos de fato não é a estrela, é a imagem da estrela transmitida pela luz que chega até nos anos depois. O livro, no entanto, está realmente sobre a mesa no momento em que o vemos. A visão que temos das estrelas é subjetiva, mas o fato do livro estar sobre a mesa é objetivo. Podemos apenas ver a imagem da estrela, mas podemos comprovar que o livro está ali porque podemos pegá-lo. No entanto, para as pessoas que ignoram que as luzes das estrelas levam anos-luz para chegar até nós, a verdade de que aquela estrela ainda está naquele local onde eles a veem é indiscutível. Isto significa que a verdade pode ser relativa. Porém, alguns estudiosos se recusam em aceitar esse relativismo porque é difícil declarar-se o relativismo sem se colocar fora ou acima da declaração. Como essa declaração não é relativa, quem a ouve pode concluir que ela é falsa. 

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